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Abr 07

Nos nossos olhos...

Nos nossos olhos há uma ingenuidade imediata
que é mais do que uma ponte para o dia
porque é o dia mesmo no seu espaço de luz,
na sua lenta fatalidade, na sua urgência solar.
Escrevo talvez para sorver uma laranja de sombra
que é uma encantação do tempo no espaço liso da casa.
Estou atento ao menor frémito do silêncio
que talha na palavra as pálpebras do sossego.
Talvez eu escreva um verso como um talismã
ou pouse a minha palma sobre um ombro
de uma figura de água delicada,
vazia de sentido mas como uma estrela branca
ou uma harpa azul com seus flancos de ouro.
Se no silêncio a que o poema conduz
eu desenhasse o ouvido vegetal
da tranquila cobra de veludo e pólen
que dorme à beira de um regato verde
talvez pudesse atravessar o dia
com a lentidão fresca de um barco deslumbrado
abrindo o caminho na árvore azul do mar.

publicado por José Manuel Faria às 12:21

3 comentários:
Há quem consiga transformar sequências de palavras quotidianas em pura doçura verbal... Parabéns Ramos Rosa.
silviaefe a 5 de Abril de 2007 às 18:34

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