Professor cego afastado devido a um "desabafo"
Margarida Moreira, contactada ontem pelo DN, diz que só prestará esclarecimentos sobre a situação depois de terminado o inquérito disciplinar ao professor Fernando Charrua, afastado há dias da funções que exercia na DREN alegadamente por "insultar" o primeiro-ministro, no local de trabalho.
No caso de António Queirós - "o primeiro professor português a utilizar a informática na sala de aulas" - não foi insulto ou comentário jocoso por si proferido que o empurraram pela porta fora, ao fim de 16 anos de serviço e com a avaliações "muito boas". Quando Margarida Moreira assumiu a directoria, conta, "disseram-me que o meu lugar estava em perigo". Em Maio do ano passado, dois assessores da directora confirmavam isso mesmo: o lugar estava em risco porque António Queirós não cumpria os objectivos.
Perante a situação, o professor de inglês, que as circunstâncias da vida forçaram a ser especialista em informática ( foi por possuir essa qualidade que a DREN o requisitou), lembrou que "objectivos de um deficiente não pode ser medido à luz dos objectivos de pessoas não deficientes". E soltou um desabafo: "É uma desumanidade, isto merecia ir para a comunicação social."