Religiosidade popular
Fátima criou raízes na religiosidade popular, frequentada por trabalhadores, «povo miúdo», democratas, patriotas, comunistas. Era expectável. As opções humanistas, os valores de paz, justiça e igualdade do «cristianismo primitivo» e o acervo cultural das massas católicas não estão longe de ideais comunistas. E as convicções religiosas não definem a posição de classe, nem impedem a convergência na luta pela transformação social.
O PCP, onde militam muitos católicos e outros crentes, respeita as expressões de religiosidade e valoriza o relacionamento com a Igreja Católica e outras organizações religiosas.
E neste sentido, o PCP, reconhecendo e assumindo diferenças, às vezes significativas, não desiste e persiste em intervir, sempre em defesa dos que menos têm e menos podem, de um País com mais justiça social e de um mundo de Paz.
Neste Pontificado, apesar de inconsequências, as denúncias da exploração, da opressão e da guerra dão mais actualidade às palavras de Álvaro Cunhal, em 1974, em defesa de «boas relações com a Igreja». «Esta política não se baseia em critérios de oportunidade, mas numa posição de princípio. O mundo evolui e a Igreja Católica ... mostra indícios de evolução positiva .... Confiamos que os homens mais esclarecidos da Igreja compreendam a sinceridade e as profundas implicações desta posição do PCP».