No decorrer da semana passada, mais precisamente no dia 16 de setembro, partiu, com 71 anos, um grande lutador pela restauração do nosso concelho. Uma figura ímpar da história recente de Vizela, o meu grande amigo Cândido José Oliveira, mais conhecido por Cândido Farrapeiro.
Com este artigo de opinião, quero publicamente agradecer e manifestar os meus sentidos pêsames à família, enquanto testemunha do papel relevante que o Cândido teve na nossa luta autonómica.
Partilhei com ele as “trincheiras da guerra do nosso concelho”, estive ao seu lado em muitos momentos, foi ele que ofereceu o tecido para as primeiras faixas da nossa luta e foi com a sua ajuda que as pintámos e demos vozes aos vizelenses. O Cândido era um homem com “H” grande, destemido e com um grande carácter, alguém que esteve ao lado dos vizelenses na luta da rua que Vizela teve de travar para a restauração do concelho que, sem dúvida alguma, teve como maior marco o 5 de agosto de 1982.
Este é também o momento para lamentar publicamente a forma como a Câmara Municipal de Vizela e em particular o sr. presidente tratou o Cândido na hora do adeus. O presidente da Câmara não esteve presente e nem se fez representar no funeral, não disse umas palavras durante a cerimónia e não homenageou, em nome de todos os vizelenses, a nossa luta, esquecendo uma vez mais quem tanto lutou para que houvesse concelho e que permitiu que ele tenha o tacho que tem hoje. Esta é, uma vez mais, a prova de que o sr. presidente da Câmara quer ser presidente da Câmara para satisfazer os seus interesses pessoais, como dar emprego ao filho na Câmara e a todos os seus amigos, enquanto os nossos filhos têm de imigrar e sair de Vizela.
Não defende a história do nosso concelho, não soube homenagear o Cândido no momento da sua partida e prometeu, mas não cumpriu a promessa, de construir um museu da luta autonómica.
O Presidente da Câmara não defende o património histórico de Vizela, está a deixar degradar o Castelo e deixou destruir o edifício das nossas Termas, autorizando o maior ataque arquitetónico em Portugal, nomeadamente, a um edifício secular e que faz parte da nossa história, fazendo desaparecer o busto do fundador Dr. Abílio Torres, um dos maiores vizelenses de todos os tempos. O presidente da Câmara não defende os recursos naturais do nosso concelho, não resolve definitivamente a questão do Rio Vizela e quem passa em Vizela, verifica que todos os espaços verdes estão mal tratados e abandonados.
O presidente da Câmara não defende as finanças dos vizelenses, nunca em toda a história a Câmara de Vizela teve tantas dívidas e nunca os vizelenses tiveram que pagar tantos impostos.
Vizela em 1998 era a nossa jóia, um diamante por lapidar, uma pedra preciosa bruta, contudo, os últimos anos foram catastróficos a todos os níveis, estou convicto que se a Câmara de Guimarães fizesse metade do que o atual presidente da Câmara de Vizela tem feito ao nosso concelho, já teria havido uma revolução, um novo 5 de Agosto, e muitas manifestações para afastar este presidente.metade do que o atual presidente da Câmara de Vizela tem feito ao nosso concelho, já teria havido uma revolução, um novo 5 de Agosto, e muitas manifestações para afastar este presidente.