A notícia, no sábado publicada no semanário Sol, de que os nomes de António Oliveira Salazar e de Álvaro Cunhal lideram as escolhas dos votantes para Os Grandes Portugueses do programa da RTP provocou em mim sentimentos contraditórios. Salazar e Cunhal (sobretudo este), porquê? Que ideia construíram os votantes, acerca da História do seu país, para colocarem como primeiras escolhas homens tão avessos aos Direitos do Homem, às liberdades, à justiça e ao equilíbrio das sociedades do século XX?
Analisada numa perspectiva dos ganhos de civilização do século passado - e que hoje constituem pilares essenciais das sociedades democráticas em que nos inscrevemos -, a escolha dos dois grandes adversários da democracia e das liberdades, pela maioria dos votantes, parece um retrocesso, ao revelar, no seu subconsciente, a persistência da ideia de que só os lideres fortes e autoritários merecem admiração.
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José Manuel Barroso, DN
Estas duas personalidades estão entre as 10 + do país. Relativamente a Salazar só posso adjectivar negativamente - Décadas de Fascismo - quanto a Cunhal dirigente histórico do PCP teve um papel importante na luta contra a ditadura, apesar da sua ortodoxia e pró-soviético, não tenho dúvidas que é uma forte personalidade. E o facto de nunca ter governado o País não se pode dizer que seria mais um ditador, basta ler o programa do PCP e o recuo na chamada ditadura do proletariado, de modo algum se podem comparar.
Eu votei em Camões.