Chegam hoje ao Mar Negro as fronteiras externas da União Europeia, se assim se pode falar de um espaço distante da unidade política e onde a economia se move a velocidades muito díspares. Bulgária e Roménia são os países que, para já, fecham a porta ao processo de alargamento, recentemente refreado pelos chefes de Estado e de Governo dos até ontem vinte e cinco. O processo da Turquia não deixará tão cedo de dividir opiniões e paixões, e os países balcânicos ainda de fora terão de esperar mais do que chegaram a prever.
Depois da Polónia, da Eslovénia, da República Checa, da Eslováquia, da Hungria e das repúblicas bálticas da Estónia, Letónia e Lituânia - além da unificação alemã, claro -, são puxados para o Ocidente mais duas importantes parcelas da "cortina de ferro" assim baptizada por Winston Churchill. Se pintarmos o mapa da UE, a partir de hoje, vemos um espaço contínuo (a Grécia perde o isolamento terrestre) cada vez mais encostado ao gigante que persiste a Leste na guerra de influências com a Rússia, permanecem intocadas a Ucrânia, a Bielorrússia e a Moldávia, antigas repúblicas soviéticas de que Moscovo continua muito ciosa.
Portugal fica a ganhar ou a perder?