Os sectores da saúde e do ensino, fundamentais para o desenvolvimento do País estão cada vez mais entregues ao sector privado cuja razão principal do deu ser é a obtenção do lucro. O que digamos é normal. Com o tempo e as necessidades que tenho tido leva-me a qustionar a necessidade de estes sectores serem privatizados. Ando numa fase "radical" estatal.
Os médicos são formados pelo estado, os contribuintes pagam o seu curso ( os alunos pagam agora propinas cujo valor é reduzido tendo em conta os custos), estes anos depois constroiem clinicas levam preços altíssimos e cuidam dos doentes com um cuidado melhor. Grande parte dos médicos têm 7 ofícios ( trabalham em vários lugares).
Com uma medicina estatal obrigatória, bem paga. Em hospitais ou centros de saúde bem localizados em todo o país servindo os doentes em todas as especialidades tornaria o sistema igualitário para os utentes e os médicos em pé de igualdade. Os melhores poderiam ser recompensados. As administraçóes competentes não governamentalizadas e seleccionados por mérito.
Os docentes formados em Universidades estatais pagas pelos impostos dos portugueses com investimentos centrais formariam especialistas para servirem os alunos em todos os cursos , do ensino obrigatório ao Universitário. As escolas privadas desapareceriam com o tempo por falta de "clientes". Milhares de professores são os mesmos no privado e no público. os exames nacionais são estatais. A diferença é o modelo de organização e contratação de profissionais. As escolas estatais seriam imparciais com controle de qualidade. Poderia haver diversidade curricular e autonomia nas esolas do estado. A bibliografia, a ciência não é a mesma?
E o tratamento do médico no cosultório privado e no centro de saúde é o mesmo?
(Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)
Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas,. creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede me a febre, olha me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe me a Santinha à cabeceira,
Compõe me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz me tisasna e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sózinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
António Lobo Antunes recebe Prémio Camões
Um escritor difícil, uma escrita difícil. O melhor escritor actual.
Fado Alexandrino e Auto dos Danados.