
Nos saudosos anos 80, 90 e talvez até 2000, o mundo da noite movia-se à volta de si mesmo. Os bares e as dicotecas apinhadas de malta jovem , até aos 35 ( os "idosos" rodavam nas boites, casas caras de rotatividade de profissionais do champanhe).A alegria da malta era escutar as músicas da moda nacional , britanica ou norte-americana dos tops da rádio com Filipe Barros , António Sérgio e vejam lá, Ana Bola, sim a "actriz" da sic e afins teve um excelente programa que nos dava novidades músicais, dançava-se por vezes de modo "rude", as músicas "pesadas" com Chiclete, Rosette e Chico Fininho, e outra que tais "mete e tira, tira e mete, eu fui à Rosette" pelo meio. Um conselho, descobri à pouco uma rádio do melhorio a M80 de Matosinhos ( 70, 80 e 90 ). As moças vestida a Modonna ou " negras" do punk davam um colorido folclórico de fauna urbana e rural ( esta não tão apurada), o engate no Slow era o extase. Agarrar a moça com força colocar os lábios perto do pescoço e roçar, roçar o mais possível, as luzes escureciam. Entrar nas discos da moda não era simples, convinha levar sempre raparigas ou então o nariz esbarrava-se na porta, contudo uma conversa mais inteligente com o porteiro e as barragens abriam-se.
Hoje a captação de clientes é noutra base. A música house ou derivados toda igual, pum, pum, pum e mais pum durante horas não interessa aos utentes. O que conta é ver a socialite das revistas, do 24 horas e do Correio da Manhã. Gastos enormes na conquista da Maya, Claudio Ramos, isabel Figueira e mais uns 20, pedir autografos, olhar os deuses da fofoca estar pertinho se possivel, tocar e perguntar-lhes como estão, bem muito bem, respondem. Estes seres rodam no Portugal profundo e à superfície ganham milhares sem produzirem nada tal e qual os investidores bolsitas e seus corretores. As casas enchem para observar parasitas de língua comprida. São modas senhores. Isto vai passar. E a moda retro correrá com esta gente de cera e sem alma.