O PCP coligado consigo próprio

Em todos os anos eleitorais pelo menos a Coligação CDU é posta em causa. Há quem continuamente insista que o “ajuntamento” é falso pelo facto do partido “Os Verdes” serem uma construção oportunista do PCP – vai ser interessante saber da votação amanhã do PCP sobre os projectos de Lei dos Verdes e Bloco de Esquerda (casamentos homossexuais) – pode até ter sido (Zita Seabra confirma a “falcatrua”), mas compreendo a procedimento.

Pergunta-se, “os verdes” que nunca foram sozinhos a eleições valem 44 mil votos que correspondem a 2 deputados a resposta óbvia,  não. Então o PCP erra na estratégia, também não. A Coligação tem por objectivo fundamental distanciar-se do símbolo idêntico do MRPP, esse partido fantasma tão revolucionário que só existe nas eleições, com intuito de não ludibriar os analfabetos comunistas, idosos ou iletrados das freguesias do interior norte e sul e mesmo das urbes votando MRPP em vez da sua ideia, votar PCP.

A importância da CDU para quem não quer aprofundar o tema parece excêntrica ou tonta. O PCP sendo o partido melhor organizado e com uma cúpula altamente profissionalizada sabe que o girassol com a foice e o martelo (ponto mais pequeno) juntos, alerta parte do seu eleitorado na altura do voto, bem pensado. Mesmo assim é observar em freguesias rurais de 1000 ou 2000 eleitores o MRPP com 10 ou 12 votos quase todos perdidos do PCP, fazendo as contas… O PCP age bem.

Difícil de compreender é a atitude do Tribunal Constitucional em não proibir o símbolo do micro MR. A pedido de Soares o PST e o POUS foram obrigados a mudar de simbologia. Dois pesos duas medidas!

Outra jogada de mestre a cor, o PCP coligado é azul, atrair independentes o seu objectivo.