Vi ontem, pela terceira vez (sim, confesso), um Jornal Nacional da TVI de sexta-feira e fiquei estarrecido: os 30 minutos iniciais foram um conjunto inacreditável de "peças" de ódio e perseguição, um delírio justiceiro que abrangeu toda a semana, a propósito e a despropósito. Depois houve um intervalo e o delírio voltou, repetido, como se fosse um qualquer programa de humor. Sei que não é politicamente correcto dizê-lo, e a TVI é muito mais do que "aquilo", felizmente, mas "aquilo" é a desonestidade intelectual elevada a um nível sem precedentes. Coragem é outra coisa e não precisa de ser proclamada. Já agora: na ERC e na Comissão da Carteira não há ecrãs para ver este crime de lesa-jornalismo permanente à sexta-feira?
O Director do Diário de Notícias (diário não oficial governo), João Marcelino, ficou muito indignado com os seus colegas jornalistas da TVI. E, claro, aplicou a fórmula do costume - em vez de analisar as peças, verificar se faziam sentido, estudar o que foi apresentado para contrapor e desmascarar – não, vai pelo caminho mais fácil, manda epítetos, bocas: perseguição, delírio ou ódio sobre a “coisa”. Marcelino fez de Sócrates2, só faltou apelidar o jornal nacional da TVI de estar ao serviço do PSD e das outras oposições numa campanha negra e difamatória contra o PM.
João Marcelino dava um bom assessor ou director de comunicação do Governo.