Um homem bom que escreve isto:
” “O Homem é mais importante do que os números dos parâmetros económicos. É mais importante saber se os homens vivem melhor e são mais felizes do que estarmos sempre preocupados com o lucro, a competitividade e a produtividade. Reparem, meus queridos amigos, nunca se acumulou tanta riqueza, nunca se produziu tanto como hoje na História da Humanidade, mas também é verdades que nunca como hoje as disparidades foram tão brutais”
Não pode ser arrumado para a prateleira dos nacionalistas quiçá direitas pró/colonialistas como um grupo de militantes do Bloco de Esquerda o quer mandar:
“A campanha de Fernando Nobre correu a imitar este registo, tentando ser mais papista que o papa e disputando a Manuel Alegre a palma em matéria de grandiloquência chauvinista, como cabalmente se ilustrou no episódio da proposta para trasladar de Angola os restos mortais de militares portugueses aí sepultados.”
Nobre não é o candidato socialista anti/capitalista que uma parte do BE gostaria que fosse. Nobre é um candidato suprapartidário, o único, sem participação directa no governo de Sócrates ou indirecta no poder que espolia há 34 anos os trabalhadores. É um humanista, solidário, sempre do lado contrário das injustiças, da corrupção e do lucro desenfreado dos capitalistas.
Nobre não representa a esquerda revolucionária, todos o sabemos, mas é um digno cidadão que, de todos os conhecidos candidatos, mais se aproxima da defesa da Democracia política, social e económica.
Nobre não pode ser culpado por sociais/democratas de esquerda, independentes de direita e milhares de cidadãos sem ideologia definida o apoiarem. Há muita esquerda que o vê como a única alternativa: a Cavaco, Alegre ou ao candidato do Comité Central.
Nobre não merece o desprezo da direcção do BE, nem da sua chamada “ala esquerda”. Ele esteve inteiro com o Bloco de Esquerda em Junho de 2009. Há memória muito curta no BE.