"A ideologia e prática do BE tem sido uma modalidade doméstica do esquerdismo, ou gauchismo, que surgiu nos anos sessenta, com outras correntes do que Aron chamou os "marxismos imaginários". Como não ficava bem ser pelo "socialismo real" soviético, que, no Ocidente, depois de Soljenitsyne, era sinónimo do Gulag e da ditadura, e porque os trabalhadores europeus, mesmo os das centrais comunistas, estavam a "aburguesar-se", os esquerdistas avançaram com uma série de leituras, releituras e reinterpretações dos escritos de Marx, para reanimar o fervor revolucionário e transformista na esquerda.
Isto trazia uma certa esquizofrenia ideológica que era então de bom tom; e as contradições também estavam na moda desde que a lógica aristotélica fora apresentada como uma falácia burguesa pelos muros de Paris, em Maio de 68: os esquerdistas faziam declarações em que equiparavam os comu- nistas ortodoxos de Moscovo a "sociais-fascistas" e reivindicavam outros mestres e deuses: como Herbert Marcuse, o filósofo que descobrira a "tolerância repressiva" do capitalismo, e Mao Tse Tung, o Grande Timoneiro, responsável por operações de cunho humanista como o Grande Salto em Frente e a Revolução Cultural.
Era também o tempo da acção armada, com o Setembro Negro e os núcleos terroristas alemães, italianos, japoneses, que matavam juízes e banqueiros e os desgraçados que passavam ali por acaso, sequestravam atletas olímpicos, ministros da OPEP e faziam explodir aviões. Eram a coqueluche dessa "nova esquerda" que queria voltar aos métodos de Bakunine, Trotsky e Lenine, para incendiar o mundo. E que passaram os seus métodos à América Latina - ao Brasil, ao México, à Argentina, ao Uruguai -, da ALN, de Marighela, aos Tupamanos."
- Um imenso Cocktail ideológico sem sentido de quem não sabe absolutamente nada das lutas revolucionárias de outrora e das actuais. A deputada do PSD atira o barro (fraco) à parede a ver se cola. A Dona Nogueira Pinto deveria sim, escrever sobre o CDS, o PP e sua ideologia de Mickey Mouse.