"Eleições à porta, PS e direita ensaiam os habituais jogos palacianos, na tentativa de fazer crer que algo vai mudar quando, é sabido, deste rotativismo resulta que tudo fica na mesma.
No país, os trabalhadores e os desempregados, os precários jovens e menos jovens, os reformados e os pensionistas, têm saído à rua, contestando com firmeza as políticas de austeridade para os que menos têm, enquanto os detentores da riqueza continuam a merecer todas as benesses dos poderes nacionais, com a cobertura das grandes potências europeias e do capital internacional.
À esquerda, a oposição parlamentar apresenta diagnósticos e políticas alternativas que revelam assinalável convergência, não obstante naturais diferenças nalgumas soluções concretas.Prova disso mesmo, é a votação de ambos os partidos nas medidas alternativas ao PEC 4. Mas esta convergência, que é também acompanhada pelo movimento sindical de classe e muitos sectores sociais, não tem suscitado qualquer alternativa de governo às políticas de quase quatro décadas, que nos conduziram ao que dizem ser um beco sem saída, a não ser que cedamos ao FMI.
Conscientes de que os caminhos não são fáceis, até porque tem faltado vontade de os trilhar, os cidadãos e cidadãs de esquerda abaixo-assinados apelam:
- ao Bloco de Esquerda e ao Partido Comunista Português, para que se encontrem, com o objectivo único de debater alternativas de governo, à Esquerda, que mobilizem o povo português para uma ruptura com as políticas neo-liberais;
- a que nessa procura de alternativas sejam interlocutores a CGTP e as organizações representativas dos trabalhadores, os partidos da esquerda extra-parlamentar e os movimentos sociais progressistas;
- a que todos juntos (partidos, movimentos e cidadãos de esquerda) consigamos ultrapassar divergências, em nome de uma mudança de rumo do país, que responda aos anseios não concretizados da Revolução de Abril."
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