O Bloco de Esquerda é um partido/movimento da esquerda socialista anti/capitalista que tem como objectivo a instauração do socialismo em liberdade. O BE ao longo dos anos tem cativado milhares de militantes, dezenas de milhares de simpatizantes e centenas de milhares de eleitores.
O BE tem sido uma organização credível e respeitada por uma forte fatia dos portugueses, isso vê-se no comportamento das populações por exemplo nas autarquias onde há organização e cultura política activa. Nos momentos eleitorais autárquicos quer nas grandes “metrópoles” (Lisboa, Porto, Braga, Coimbra, Setúbal ou Aveiro) quer nos outros municípios, o BE sabendo do seu sentido de responsabilidade e da inteligência das pessoas, não entra na rua, nas fábricas ou dentro das casas dos munícipes apregoando que luta eleitoralmente para vencer a Câmara Municipal: sabe da sua equipa, do seu programa, mas também da sua fragilidade e “pede” um Vereador, um Bloquista que denuncie, “investigue” e proponha medidas alternativas ou complementares às do governo local.
Nas legislativas de Junho, o BE sabe ou se não sabe deveria saber (porque o povo sabe) que entra neste processo para eleger o máximo de Deputados e criar um grupo parlamentar que rasgue as vestes do poder. O BE se não seguir esta estratégia e optar por uma mais arrojada – conquista de poder -, tem obrigatoriamente de assumir um programa de governo completo, indicar um grupo de personalidades que torne credível a proposta, assim como, e objectivamente o ou os partidos com quem fará coligação pós/eleitoral. O partido sabe que dificilmente ultrapassará os 10% e os eleitores sabem que isso, é a verdade. Não vale a pena lançar slogans do tipo: “Há Alternativa: Governo de Esquerda” se não for acompanhado com a devida explicação. O povo perguntará?
- Governo com quem?
O PS e o PSD são os únicos partidos que sem demagogia podem afirmar que querem ser governos sozinhos. Esta é a realidade, não vale andar a “brincar” ao faz de conta, neste terrível momento social, principalmente para os trabalhadores, estes querem seriedade, querem propostas credíveis, querem soluções.
Caso o BE insista que luta por um governo de Esquerda, tem de dizer ao povo quem são os “companheiros”, a não o fazer, provavelmente, sofrerá uma derrota. O que seria desastroso para um partido que tem crescido desde a sua fundação.