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Ago 12


História do Concelho



17 de  Março de 1281
Uma carta de aforamento de casas e terras emitida pelo Rei D. Dinis aponta "Caldas" como "Termo de Guimarães".
 
24 de Maio de 1361
O Rei D. Pedro I concede a seu filho o Infante D. João I (filho de D. Pedro e de D. Inês de Castro) as terras de Riba Vizela.
 
1367 (1405 da era de César)
Um pergaminho do Mosteiro de Roriz, que versa sobre privilégios do dito convento, alude à provisão do Infante D. João, filho do Rei D. Pedro I, em que se refere a "contenda que houve entre o dito mosteiro e o concelho das Caldas de Riba Vizela "
 
4 de Março de 1371
Uma sentença proferida sobre o domínio de herdades em S. Miguel das Caldas, faz referência ao "Concelho das Caldas terra de Nosso Senhor o Infante Dom João..."
 
11 de Agosto de 1378
Uma sentença sobre as obrigações do couto de Moreira refere-se a Vizela nos mesmos termos.
 
21 de Setembro de 1381
Passada em Lisboa uma carta régia por D. Fernando ao vassalo Mem Freixo, conferindo-lhe "todas as rendas e direitos da terra das Caldas no Almoxarifado de Guimarães".
 
23 de Maio de 1384
Carta régia de D. João I concedendo a Martim de Freitas, escudeiro do Rei, as Caldas de Vizela.
 
8 de Maio de 1385
Carta régia de D. João I concede a Afonso Lourenço, vassalo do rei e morador em Guimarães, as rendas e direitos sobre Vizela.
 
26 de Janeiro de 1388
Confirmados e outorgados por carta régia, todos os privilégios, liberdades, bons costumes e foros dos moradores de Caldas de Vizela e Inflas.
 
10 de Outubro de 1389
Por carta régia de D. João I passada em Tuy, foram dadas a Payo Sorrédia as terras de D. Afonso Lourenço, incluindo Vizela.
 
26 de Janeiro de 1403
O rei D. João I deu as terras de Riba Vizela a D. Frei Alvaro Gonçalves Camelo, Prior da Colegiada.
 
3 de Fevereiro de 1408
Vizela perde a prerrogativa da autonomia concelhia. Através de carta régia, emitida em Estremoz, D. João I retira as terras de Riba Vizela e devolve-as à jurisdição do concelho de Guimarães. Terminam, assim, 47 anos de "independência". Apesar de tudo, as circunstâncias em que o processo ocorre não estão apuradas e ao longo dos tempos a questão tem apaixonado vários historiadores.
 
1820
Mouzinho da Silveira procede à sua reforma administrativa. Os vizelenses aproveitam para reivindicar a pretensão autonómica, sem êxito.
 
1900 a 1960
Sucessivos grupos vizelenses vinham pressionando o poder político da época para que atendesse à questão de Vizela. Os mecanismos de acesso aos corredores do poder eram um obstáculo que se mostrou intransponível para a causa. Mesmo assim, neste lapso de tempo, os vizelenses apresentaram seis propostas de elevação da vila a sede de concelho.
 
27 de Outubro de 1964
Foi apresentado o sétimo pedido para criação do município de Vizela. Processo entregue à Junta Distrital de Braga, conforme a Lei determinava. Data da constituição do M.R.C. V ., Movimento para a Restauração do Concelho de Vizela, presidido por Manuel Campelos.
28 de Outubro de 1964
As forças vivas de Vizela reúnem-se na sala magna do Casino Peninsular para se informarem do processo de criação do concelho.
 
1968
A Junta Distrital de Braga emite um parecer sobre o pedido formulado, quatro anos antes, pelo M.R.C. V ..Orientado para o indeferimento. Vizela reunia condições para ser concelho mas ceder à pretensão poderia significar a eclosão de "outras pretensões injustas". O processo chega ao Ministro do Interior. Fica tudo na mesma.
 
15 de Fevereiro de 1970
Manuel Campelos publica no jornal "Notícias de Vizela" uma carta aberta ao Ministro do Interior, convidando-o a visitar a vila e a atender à pretensão do povo.
 
Setembro de 1970
Bernardino Abreu, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, tenta afirmar um projecto de alargamento dos limites da cidade de Guimarães que entrega ao Ministro do Interior. Vizela e Taipas deixariam de existir.
 
30 de Setembro de 1970
O presidente da Junta da Freguesia de S. João, António de Sousa Oliveira, denuncia as intenções do edil vimaranense ao Governador Civil de Braga, ao Presidente do Conselho de Ministros e ao Presidente da República.
 
Outubro de 1970
O projecto de Guimarães de eliminação das vilas de Vizela e Taipas é metido na gaveta.
 
Outubro de 1970
O presidente da Junta de Freguesia de S. João assina um comunicado popular dando conta da decisão do Ministro de Interior de não integrar Vizela na cidade de Guimarães. Na véspera tinha-se realizado um encontro de vizelenses com o Governador Civil de Braga no Palácio dos Falcões.
 
6 de Novembro de 1970
Santos da Cunha, governador do distrito, reage mal ao comunicado distribuído ao povo de Vizela e ameaça o autarca de S. João com o recurso a "todos os meios para por fim ao ambiente de subversão que se pretende criar". Vizela reage. Uma comissão composta por forças vivas vai a Braga, altas horas da noite protestar junto do Governador .
 
1972
O M.R.C. V. recebe a primeira "resposta positiva" do Estado aos pedidos de criação do concelho. Uma carta assinada pelo então Ministro do Interior, César Moreira Baptista, referia a pertinência da matéria.
 
24 de Abril de 1974
A "Revolução dos Cravos" restitui a democracia no nosso país. O processo autonómico de Vizela é dos primeiros a dar entrada na Assembleia da República.
 
Maio de 1981
Por iniciativa do P .P .M. é apresentada na Assembleia da República uma formal proposta de elevação de Vizela a Concelho. Através de uma carta aberta, o M.R.C. V. alerta todos os deputados para a justeza da aspiração do povo vizelense.
 
Novembro de 1981
As principais empresas industriais e comerciais, sediadas nas freguesias de S. João e de S. Miguel, prenunciam-se a favor da reivindicação autonómica de Vizela.
 
Janeiro de 1982
O presidente do P .S., António Macedo, assume como sua a luta do M.R.C.V..A declaração é afixada na vila.
 
11 de Maio de 1982
Agendado para este dia o debate parlamentar sobre a criação do concelho de Vizela, sob projecto do P .P .M.. Milhares de vizelenses "invadem" Lisboa. O debate é interrompido face a uma proposta do P .S.D. para que, no prazo de 60 dias, se fizesse uma Lei Quadro de Criação de Municípios. Se fosse impossível em tal prazo criar a Lei, o projecto de Vizela voltaria a plenário para ser definitivamente resolvido.
 
12 de Maio de 1982
A revolta popular explode em Vizela. 1.800 metros de linha férrea são levantados à força de mãos; o posto municipal de cobrança de taxas é destruído.

13 de Maio de 1982
A rebelião prossegue em Vizela. Um carro de recolha de lixo da Câmara Municipal de Guimarães é "apreendido" e pintado de azul e amarelo, as cores da bandeira vizelense.
 
14 de Maio de 1982
É ocupada uma agência bancária e assaltado o Posto de Turismo. O carro particular do Presidente da Câmara de Guimarães é parcialmente destruído.
 
Julho de 1982
É divulgado em conferência de imprensa um estudo encomendado pela Câmara de Guimarães ao Professor Costa Lobo, da Universidade Técnica de Lisboa. O estudo desaconselha a criação do Município de Vizela com as freguesias propostas, mas "não rejeita" a sua constituição com número superior de freguesias.
 
28 de Julho de 1982
Explode um "petardo" nos Paços do Concelho de Guimarães. A fraca potência do engenho evitou o pior. Em Vizela, os populares levantam mais quatro quilómetros de linha férrea e danificam uma ponte. O Ministério da Administração Interna responde às milícias destacando para Vizela um contingente com 200 efectivos da GNR do Porto e Braga com "chaimites" e outros veículos blindados.
 
2 de Agosto de 1982
A Comissão Permanente da A.R. relega para a próxima sessão legislativa a discussão do projectos do PPM visando a criação do concelho.
 
5 de Agosto de 1982
A CP procede à recolocação da via férrea, mas os sinos começam a tocar a rebate, apelando à concentração do povo. Os vizelenses impedem a reparação da linha. Os funcionários da CP utilizados nos trabalhos são apedrejados. A GNR chega ao local. Há confrontos. O balanço final é trágico: 20 feridos (3 militares da GNR). Os vizelenses feridos foram atendidos no Hospital de Vizela. Os feridos foram os seguintes: Carlos Alberto Freitas, de 21 anos, que apanhou com uma bala no pescoço e foi internado em estado grave no Hospital de S. João no Porto, vindo a salvar-se. António Abreu, com chumbo numa coxa; Laurinda Mendes, com crise anginosa, provocada por gases lacrimogéneos; Avelino Costa, com perfurações provocadas por chumbo; José Maria da Costa, com intoxicação e ferida incisa na região frontal; Maria Helena Pereira com intoxicação; Mário Augusto Teixeira, com escoriações diversas; António Silva Pinto, com bala alojada num braço; Jaime Anjos Andrade, com bala na cabeça. A estes cidadãos juntaram-se mais 30 feridos ligeiros que ficaram por identificar devido à precipitação doa acontecimentos.
 
6 de Agosto de 1982
Durante toda a noite os militares da GNR e o povo revoltado transformaram a vila num autêntico campo de batalha. Ao amanhecer a paz estava longe de ser restabelecida. O comércio encerrou e o povo decide "transferir" a revolta para Braga. Os protestos prosseguiram na cidade dos arcebispos, frente ao Governo Civil. Entretanto, a GNR retira apressadamente de Vizela.
 
24 de Agosto de 1982
O vice-cônsul dos Estados Unidos da América no Porto, Francis Scanlan pede telefonicamente a Manuel Campelos para o receber em Vizela. O encontro realiza-se logo no dia seguinte. O diplomata americano mostra-se interessado em conhecer pormenorizadamente a natureza da reivindicação autonómica, bem assim como de se inteirar do valor sócio-económico de Vizela.
 
29 de Agosto de 1982
As placas toponímicas com o brasão de Guimarães são retiradas das ruas de Vizela.
 
1 de Setembro de 1982
Francis Scanlan, vice-cônsul dos Estados Unidos no Porto, escreve a Manuel Campelos a agradecer o encontro em Vizela, que diz ter apreciado muito, explicando que se interessou pelo conhecimento da questão vizelense "por ser um problema local que possa ter implicações nacionais".
 
Outubro de 1982
O MRCV aconselha o voto nos partidos de oposição à A.D. -Aliança Democrática.
 
12 de Dezembro de 1982
Dia de eleições autárquicas. Às 08 da manhã em ponto, perto de um milhar de vizelenses concentra-se no quartel dos Bombeiros Voluntários de Vizela. A sirene começa a tocar, explodem foguetes no ar e os sinos nas igrejas tocam a rebate pela segunda vez. As assembleias de voto são tomadas de assalto, as urnas violadas e os boletins de voto destruídos.
 
19 de Dezembro de 1982
Repetição do acto eleitoral. A população faz novo boicote. Os 5.082 eleitores de S. Miguel e S. João recusam-se novamente a votar .
 
20 de Dezembro de 1982
O Governador Civil de Braga, Fernando Alberto Ribeiro da Silva, pede a demissão por causa dos resultados eleitorais. O PSD perdera 3 importantes autarquias no Vale do Ave -Famalicão, Fafe e Guimarães. O pedido é aceite. Fernando Alberto regressa mais tarde ao Palácio dos Falcões, ali permanecendo até 1995. Torna-se o governador civil de todos os recordes, somando 12 anos no poder .
 
Dezembro de 1982
A UEDS anuncia que vai apresentar no Parlamento, a pedido do MRCV, um projecto de criação do concelho de Vizela, englobando as freguesias de S. João, S. Miguel, Infias, Tagilde, S. Paio, St. Adrião e Stª. Eulália, pertencentes aos concelhos de Guimarães, Felgueiras e Lousada.
 
Janeiro de 1984
O Partido Comunista, a solicitação do M.R.C.V. faz agendar o seu Projecto de Lei de criação do Município de Vizela para discussão no Parlamento a 2 de Fevereiro seguinte.
 
2 de Fevereiro de 1984
O projecto do P .C.P .foi discutido e votado desfavoravelmente. Os projectos do P .S. e da U.E.D.S. foram retirados da agenda. Uma auscultação às Câmaras Municipais de todo país, feito pela Assembleia da República com resposta marcada para o limite de 31 de Janeiro, anteriormente levada a efeito, apenas recebeu um reduzido numero de respostas, na maioria favoráveis à criação do Município de Vizela.
 
Março de 1985
É aprovada no Parlamento a Lei Quadro de Criação de Municípios, 142/85. À ultima hora no sentido de inviabilizar a criação do Concelho de Vizela, o P.S.D. fez introduzir aquela que ficou conhecida como "alínea travão" no articulado da Lei. Desse modo a criação de novos municípios só poderá efectuar-se após a criação das regiões administrativas, segundo rezava a nova Lei. O artigo 14, ponto 4°, alínea a), serviu de freio às pretensões de Vizela ao longo dos dez anos de cavaquismo e dois do Governo rosa.
 
2 de Abril de 1985
Não obstante tão disparatada cláusula o M.R.C.V. concentra as suas energias na aprovação da Lei-Quadro, com Vizela a preparar-se para o pior. Um panfleto anónimo avisa que se até ao fim do mês de Maio não for criado o concelho, será montada no centro da Vila uma forca para o primeiro político que por Vizela aparecer.
 
31 de Outubro de 1985
O Presidente da República General Ramalho Eanes, promulga e manda publicar a Lei-Quadro 142/85.
 
18 de Novembro de 1985
A Lei-Quadro de Municípios é publicada.
 
27 de Maio de 1986
O semanário "O Diabo" publica uma foto fantástica em que se vê em primeiro plano, uma bandeira americana hasteada num tronco de eucalipto em pleno centro de Vizela. Foi um acto de protesto e desespero pois a população de Vizela honra-se da bandeira portuguesa.
 
23 de Março de 1993
Durante uma conferência de imprensa na sede da A.M.A.V.E, Associação de Municípios do Vale do Ave, na cidade berço e na presença dos presidentes das autarquias de Guimarães, Santo Tirso e Famalicão, António Guterres disse que o país sabia qual era a posição do seu partido em relação a esta questão e que ela é 100% favorável à criação do Município Vizelense. No caso do P .S. voltar ao Governo, referiu, o concelho de Vizela será criado de imediato. Prometeu ainda visitar Vizela para dialogar com o M.R.C. V. e com as juntas de freguesia.
 
Dezembro de 1993
Chega à Assembleia da República uma nova petição do M.R.C. V. para restauração do município de Vizela. A A.R. convoca as autarquias. Guimarães não responde. Lousada anuncia a realização de referendos nas duas freguesias do "seu" território pretendidas por Vizela.
 
18 de Fevereiro de 1995
Na cidade do Porto, durante uma conferência de imprensa sobre regionalização, a uma pergunta da jornalista Teresa Ferreira do semanário "Notícias de Guimarães", António Guterres responde: "As gentes de Vizela e de todo país sabem qual é a minha posição. Sou favorável à criação do Concelho de Vizela. Como tal mantenho e continuarei a manter o que disse à dois anos em Guimarães sobre essa matéria. Se eu for primeiro ministro criarei o concelho de Vizela, assim como um outro mas nada desse numero exagerado que anda para aí".
 
29 de Junho de 1995
Num jantar em Braga com empresários do Distrito, quando abordado pelos vizelenses Manuel Campelos, Armando Antunes e Dinis Costa, António Guterres, questionado pelo primeiro, reafirmou: "Se for primeiro ministro desbloquearei o concelho de Vizela".
 
Setembro de 1995
Arons de Carvalho, cabeça de lista do P .S. por Braga, admite a elevação da vila a município mas só depois da regionalização. Os socialistas de Guimarães impedem a caravana "Nova Maioria " de passar por Vizela.
 
5 de Agosto de 1996
Vizela comemora a vitória do "5 de Agosto" e a derrota dos políticos responsáveis que mandaram a G.N.R. "invadir" Vizela. O evento atraiu jornalistas e as televisões que, por tal motivo ignoraram as festas Gualtarianas. Nessa noite saia para a rua na cidade berço o desfile tradicional que nesse ano não teve qualquer cobertura televisiva. Em Vizela, os vizelenses prometem novos boicotes às eleições.
 
Agosto de 1996
O governador civil de Braga, Pedro Bacelar Vasconcelos, visita Vizela no âmbito do seu périplo pelo Distrito. Mais tarde pronunciou-se como favorável ao estudo da pretensão autonómica dos vizelenses.
 
5 de Outubro de 1996
Em conferência de imprensa realizada no Porto, o M.R.C.V. informa do envio de uma carta a Bill Clinton, solicitando ao presidente dos Estados Unidos da América que "recomende" ao primeiro ministro António Guterres que cumpra as promessa feitas a Vizela.
 
Fevereiro de 1997
O M.R.C.V. desloca-se a Lisboa e contacta o P.C.P .na sua sede nacional pedindo ao comité central para que apresente, com a nota de urgente um novo Projecto de Lei de criação do município de Vizela na mesa da Assembleia da República. O P.C.P. diz que tal poderá ser um risco, pois novo "chumbo" poderia ser nefasto para a causa de Vizela. Aconselha o M.R.C. V. a procurar outro partido. Admitindo que pela parte do P .S. o assunto não avançaria no Parlamento.
 
Fevereiro de 1997
O M.R.C.V. vai à Assembleia da República falar com Manuel Monteiro pedindo-lhe o apoio do Partido Popular à causa de Vizela. Manuel Campelos assegura a Manuel Monteiro que, caso seja o "Herói de Vizela " gostosamente ficará disponível para tudo que ao P.P. possa servir em Vizela. Manuel Monteiro, manifesta-se um acérrimo defensor do municipalismo e diz que apoiará a causa de Vizela caso o partido assuma essa disposição. Aconselha Manuel Campelos a colocar a questão numa reunião do conselho nacional dos centristas a ter lugar em Aveiro no primeiro dia do mês seguinte.
 
1 de Março de 1997
Manuel Campelos, na companhia de António da Silva Ferreira, Joaquim Lopes Vaz e Domingos Pedrosa, deslocam-se a Aveiro ao "Palácio dos Congressos" onde se reunia o conselho nacional do Partido Popular. Fez uma pormenorizada exposição sobre a pretensão de Vizela, que mereceu a melhor atenção e conduziu ao apoio unânime de todos os presentes.
 
22 de Maio de 1997
Gonçalo Ribeiro da Costa, deputado do P .P. propõe na Assembleia da República um projecto de criação do município de Vizela e de simultânea elevação da vila a cidade.
 
Junho de 1997
Após uma infrutífera série de tentativas nas reuniões dos lideres parlamentares e perante a recusa do P.S. e do P.S.D. de agendarem por consenso a discussão do projecto de lei de criação do concelho de Vizela, o PP, pela forma potestativa, fez marcar a discussão e votação do projecto para 16 de Julho seguinte.
 
16 de Julho de 1997
A Assembleia da República, pelo voto contra do Partido Socialista, chumba o projecto de elevação de Vizela a concelho. O Presidente da Assembleia da República, Dr. Almeida Santos bem como os deputados do P.S. António Braga, Manuel Alegre e Joaquim Raposo, contrariam o sentido de voto da bancada socialista e votam a favor de Vizela. O Partido Socialista estremece por dentro e o deputado António Braga demite-se de vice-presidente do grupo parlamentar. Vizela revolta-se contra a falta de palavra e de honra do Partido Socialista que, pela voz de Francisco Assis, promete votar a favor na próxima sessão legislativa.
 
17 de Julho de 1997
Questionado por jornalistas no Algarve sobre o chumbo do P.S. ao Projecto de Criação do Município de Vizela, António Guterres declara perante as câmaras televisivas: "Vizela será concelho depois da Regionalização " .
 
26 de Julho de 1997
Manuel Monteiro, líder do Partido Popular, visita Vizela e é recebido como um rei. Ovacionado pelo povo promete defender a criação do concelho e apresentar nova proposta nesse sentido assim que o parlamento reabra. "Elevar Vizela a concelho não é ser contra Guimarães", referiu.
 
Julho de 1997
O P.S. de Guimarães rompe ligações com a Federação Distrital Socialista de Braga e, principalmente, com o deputado António Braga. A inimizade entre vizinhos passa para o partido. António Magalhães queixa-se de "traição" por parte dos bracarenses e numa entrevista à Rádio Santiago, acusa Mesquita Machado de "troglodita". Francisco Assis líder parlamentar socialista visita Vizela e sobe ao alto do Monte de S. Bento para "mirar" o futuro concelho.
 
Julho de 1997
Uma sondagem da SIC revela que 71% dos portugueses são a favor da criação do concelho de Vizela.
 
Julho de 1997
O constitucionalista Vital Moreira publica um artigo no diário "Público", intitulado "Quando cem Vizelas surgirem...". O seu vaticínio foi recebido em Guimarães como uma espécie de mandamento. O M.R.C.V. de imediato responde a Vital Moreira, no mesmo jornal, destruindo as suas considerações.
 
5 de Agosto de 1997
Vizela recorda e comemora os confrontos de 82. O candidato do P .P .à Câmara de Guimarães, Monteiro de Castro, manifesta-se contra a criação do concelho de Vizela.
 
Setembro de 1997
Um grupo de cidadãos vimarenenses constitui uma comissão para lutar contra a desintegração do Concelho de Guimarães. É posta na rua uma moção subscrita por Fernando Alberto Ribeiro da Silva, Raúl Rocha e Carlos Guimarães (de Lordelo). A comissão promete acções de sensibilização e protesto a realizar em Guimarães e também em Lousada e Felgueiras para agremiar adeptos da causa.
 
Setembro de 1997
No jantar de apresentação dos candidatos socialistas aos órgãos autárquicos de Guimarães, o Ministro Jorge Coelho fica afónico, situação que o ajuda a manter silêncio sobre a questão de Vizela. António Magalhães não foge á questão e adverte irónico, que, se Vizela for elevada a concelho, "então Guimarães quer voltar a ser capital do reino!".


Dezembro de 1997
Manuel Monteiro volta a Vizela e reitera promessa de apoio á justa causa vizelense.
 
14 de Dezembro de 1997
Eleições Autárquicas. Vizela vai votar mas regista-se uma "abstenção"
no voto para a Câmara de Guimarães. O socialista António Magalhães vence as eleições mas sofre um duro golpe pois perde um vereador. A C.D.U. sai em vantagem pois Vizela "dá-lhe" um segundo vereador como "recompensa pelo apoio do P.C.P .à sua causa autonómica.
 
19 de Fevereiro de 1998
Em conferência de lideres, o Partido Popular repete a obrigatoriedade pelo agendamento potestativo do seu Projecto de Lei de elevação de Vizela a concelho. A votação fica marcada para o dia 19 de Março de 1998 pelas 15 horas.
 
19 de Março de 1998
Pelas mãos do Partido Popular o Parlamento discute de novo e mais uma vez a pretensão de Vizela que é aprovada muito embora com o inexplicável voto contra do P.S.D.. Pelas 17/25 horas "nasce" finalmente o tão ansiado Concelho de Vizela, sonho doirado de gerações e gerações vizelenses. É o delírio dentro e fora da Assembleia da República com os mais de cinco mil vizelenses a abraçarem-se e a chorar de alegria pela vitória conquistada. A novel cidade fica transtornada com o povo a vir para a rua e a preparar-se para festejar o dia maior da sua história milenária. Um dia inigualável que jamais se repetirá

 

publicado por José Manuel Faria às 15:52

 

 

 

http://pt.wikipedia.org/wiki/VIII_Governo_Constitucional

 

 

Ministro da Administração Interna

  • José Ângelo Correia

Ministro da Defesa Nacional

  • Diogo Freitas do Amaral
publicado por José Manuel Faria às 12:37


"A população de S. Pedro da Torre, Valença, está "indignada" com a prática da prostituição em caminhos junto à EN13. Mulheres dizem que vender o corpo na berma da estrada foi a alternativa a passar fome."


prostitutas

publicado por José Manuel Faria às 11:10

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