Paira sobre o Bloco de Esquerda uma nuvem cada vez mais densa de unanimismo: a saída da corrente Fer acompanhada de algumas dezenas de militantes críticos de “Alegre” e de um certo “reformismo”, assim como, provavelmente, a não apresentação da Moção B dos desacorrentados: poderemos vir a ter apenas duas moções à Convenção – a da maioria e a dos “basistas”: sabendo-se que esta vale apenas dois por cento.
A proposta da Moção A para alcançar o socialismo é esta:
"6.6. O socialismo é a democracia toda. A experiência dos regimes totalitários do Leste da Europa constitui uma dura lição para a esquerda socialista. O caminho da supressão de liberdades e direitos políticos, da eliminação do pluralismo político, da confusão entre Estado e partido teve consequências trágicas que corromperam a promessa socialista e ainda hoje prejudicam a construção de alternativas ao capitalismo. A rutura, sem ambiguidades, com essas experiências é um elemento central do nosso projeto. A democracia, enquanto caminho, não é negociável e não pode estar sujeita a políticas de exceção ou suspensões. O Socialismo é a democracia toda ou não é socialismo.
6.7. A democracia toda na vida pública e na economia significa a devolução do direito pleno de participação política, como significa a devolução dos bens comuns, do controlo do crédito e dos sectores estratégicos da economia à propriedade coletiva, Em suma, o primado da política social contra o do mercado."
- É uma boa definição e proposta de concretização de socialismo mas, onde é que este projecto encaixa nas políticas do PS?