"O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, criticou hoje as novas medidas de austeridade, afirmando que vão aumentar a recessão e defendendo que o PS deve votar contra o próximo Orçamento do Estado (OE)."
"O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, criticou hoje as novas medidas de austeridade, afirmando que vão aumentar a recessão e defendendo que o PS deve votar contra o próximo Orçamento do Estado (OE)."
4 – NUM PARTIDO-MOVIMENTO A DIRECÇÃO É TODO O SEU COLECTIVO …
Eis que de um momento para o outro, o actual coordenador da direcção política do Bloco, resolveu introduzir a discussão da “renovação” da “liderança”. E fê-lo como a imprensa gosta: lançar nomes separados de políticas!
O Bloco de Esquerda não é uma monarquia nem propriedade de nenhum “líder”. Aliás essa figura de “líder” é estranha aos estatutos do Bloco e só ganhou força devido às exigências do circo parlamentar. Num partido-movimento como o Bloco de Esquerda todos os militantes são activistas e porta-vozes, por muito que isto não se enquadre nos esquemas do circo mediático e nos arquétipos da democracia liberal.
O actual “líder” do Bloco de Esquerda é, para todos os bloquistas, o coordenador da direcção política. A imagem de “líder” à semelhança de qualquer partido tradicional, em nada contribuiu ou contribui para tornar o Bloco de Esquerda um partido-movimento de activistas, militantes e porta-vozes do seu programa político. A imprensa habituou-se a reduzir o Bloco aos seus militantes mais conhecidos. Primeiro o “líder” e depois os deputados. Para além destes, a imprensa pintava sobre o Bloco um autêntico deserto.
É também uma verdade que a actual direcção política do Bloco cedeu às pressões da imprensa reduzindo, muitas vezes, a actividade bloquista à intervenção do grupo parlamentar. Esta não é uma crítica aos camaradas que são deputados. É uma crítica política às prioridades definidas pela direcção política do Bloco para a acção bloquista.
O espaço de intervenção prioritário do Bloco são as lutas sociais, são os movimentos sociais, é a intervenção com clareza no processo de luta de classes. E para esta intervenção o Bloco não precisa de “líder” à imagem de qualquer partido tradicional, não precisa de direcções bicéfalas que mais não fazem que contentar tratados de Tordesilhas entre correntes internas. O que o Bloco de Esquerda precisa é de reforçar essa intervenção social e a partir daí fazer de cada militante um activista e um porta-voz!
Desde um ponto de vista estatutário, não haverá nada a mudar. O coordenador da Comissão Política é o militante que encabeça a lista mais votada, em Convenção Nacional, à Mesa Nacional.
João Pedro Freire: núcleo de Matosinhos.