"A proposta foi já aprovada em reunião camarária, apenas com os votos do PS, uma vez que a coligação PSD-CDS/PP decidiu-se pela abstenção, sendo que agora não deverá, em Assembleia Municipal, contar também com o voto favorável da deputada do BE.
Isto porque o partido bloquista vem criticar o facto da Câmara de Vizela se estar a candidatar a um empréstimo, “cujo montante final não é exatamente conhecido, uma vez que a atribuição do Governo, caso o fundo global não seja suficiente para responder às solicitações de todos os municípios, será executada por rateio”.
O que vêm dizer os bloquistas é que “o Governo se propõe a conceder um empréstimo com juros, tratando-se do dinheiro que durante anos a fio foi retirado aos vizelenses indevidamente ao não ser cumprida a Lei de Finanças Locais, obrigando agora o município a fazer o mesmo aos munícipes”. O BE está a fazer alusão ao Plano de Ajuste Financeiro que suportará a proposta do Executivo PS e que implicará reajustes nos impostos e taxas municipais a cobrar aos cidadãos vizelenses.
Bloquistas entendem que 20 anos é tempo demais
A Coordenadora também não vê com bons olhos o facto de se tratar de um empréstimo contraído a 20 anos, uma vez ser impossível prever o que vai acontecer nas próximas duas décadas, colocando em causa os próximos cinco mandatos, que podem ser penalizados caso o plano de pagamentos não seja cumprido. Dizem ainda os bloquistas que os sucessivos Executivos PS da Câmara de Vizela não lhes merecem confiança. “Se em 14 anos atingiram um endividamento de 27 milhões será que agora vão corrigir esse devaneio em 20 anos”, é esta a questão colocada pelo BE.
O partido entende que com este empréstimo aquilo que os vizelenses podem esperar do futuro são aumentos nas várias taxas, criticando ainda aqueles que considera terem sido “truques de ilusionismo” ao serem votadas na última Assembleia Municipal propostas que previam um abaixamento nos impostos quando, afirmam os bloquistas, “se planeava mais um assalto aos bolsos dos vizelenses com a adesão ao PAEL”.
Para BE adesão ao PAEL significa “alívio ilusório”
Nesta Nota de Imprensa, o BE Vizela apelida ainda como “um alívio ilusório o facto do Executivo vir falar deste empréstimo de 8 milhões como uma injeção de liquidez na economia local para resolver problemas imediatos de tesouraria a pequenas empresas e a fornecedores locais”.
Defende o BE que aquilo que o Município tem a fazer é “exigir o aumento das transferências do Orçamento de Estado, a reposição das verbas cortadas ou, no mínimo, a concessão de empréstimos, a juro mínimo, mas sem as imposições gravosas e limitadoras da autonomia do poder local”."