(...)Mas o senhor conhece o distanciamento que existe entre PS e PSD a nível nacional. Como é que trabalham com um partido o PS que tanto critica?
Eu acho que é uma conduta exemplar, minha e do PS-Sintra. Eu, como sou independente, posso dizê-lo. E estou convencido que, depois de eleições, se o PS não tiver maioria absoluta, fará governos maioritários.
A nível nacional, com o PSD?
Depois de eleições, fazer um Governo minoritário é suicídio, perante o país que temos e a situação em que estamos. Eu fiz (acordo com PSD e PCP)aqui aquilo que o PS, no futuro, vai fazer. Só me antecipei. [risos]
E depois deste período de constante recusa do PS em negociar, acha que o PSD aceitaria uma coligação pós-eleitoral?
O PSD, desde o primeiro momento deste Governo, cometeu um grande erro. Assim que foi eleito, devia ter convidado o PS para o Governo. O erro corrige-se, não se repete. O erro foi não fazer aquilo que acho que o PS tem de fazer: assim que ganhar as eleições, nesse mesmo dia, chamar o PSD. Mais, devia fazer o convite ao Partido Comunista e ao CDS. Não acho que se possa prescindir de ninguém. Todos são úteis para esse contributo.
Acha exequível um governo com PSD, CDU, CDS?
No início da nossa democracia, não foi isso que aconteceu? O problema é não percebermos a gravidade da situação em que nos encontramos e mantermos uma posição como se cada um de nós detivesse a verdade absoluta, não precisando dos outros. Pode-se definir um projecto nacional, depois de ouvir todos. E a nação portuguesa — e falo de propósito em “nação” — deve tomar consciência, para assumir um esforço de independência, de competitividade e de justiça.(...)