(...)Esta é a semana do Dia da Mulher – dia 8, domingo – e por isso lembrei-me de uma discussão que tenho tido recorrentemente com várias pessoas sobre a utilidade, ou falta dela, deste dia.
Para mim a importância do Dia da Mulher nunca esteve em causa. Sempre achei que era uma data importante e que fazia todo o sentido ser celebrada. Mas no último ano, para meu espanto, cruzei-me com algumas pessoas que pensam precisamente o contrário. Que acham que este dia não devia existir porque perdeu todo o significado, que para além de ser só mais um dia consumista, onde as mulheres se juntam para irem correr de cor-de-rosa, entrarem à pala em quase todo o lado e terem descontos em mil e uma coisas; é também um dia em que são vistas como um ser especial, diferente. “Coitadinhas ganham menos que os homens, trabalham as mesmas horas, ou mais, e ainda têm de ser boas mães e esposas. ‘Bora lá dar-lhes flores e descontos em malas e sapatos para ver se ficam mais satisfeitas.” Portanto, para muitos, este dia não devia existir porque é só mais uma forma de sublinhar o quão especial a mulher é... mas pela negativa, por isso acham que se não o celebrássemos a luta pela igualdade de género passaria a ser uma coisa banal e não um problema do qual só se fala durante 24h e depois é esquecido. (...)"