Ao ritmo actual, sem uma acção orientada, a igualdade de remuneração entre homens e mulheres não será atingida antes de 2086, ou num período de, pelo menos, 71 anos”, refere a organização num documento de trabalho em que aborda as diferenças salariais ligadas à maternidade, por ocasião do Dia da Mulher, que se assinala domingo.
Segundo a organização, a diferença salarial “persiste” para todas as mulheres, com ou sem filhos. No geral, as mulheres ganham em média 77 por cento dos que os homens recebem.
“A diferença de remuneração relacionada com a maternidade aumenta com o número de filhos. Em muitos países europeus, por exemplo, ter um filho tem um efeito reduzido, mas as mulheres que têm dois filhos e, especialmente, as que têm três são fortemente penalizadas em termos salariais”, refere a OIT..
“Em muitas partes do mundo, as mulheres ocupam empregos desvalorizados e mal remunerados e têm menos acesso à educação, formação e recrutamento”, refere a OIT.
A organização do trabalho salienta também que as mulheres têm um poder limitado em termos de negociação e tomada de posições e têm a responsabilidade pela maior parte do trabalho doméstico não remunerado.
Actualmente, cerca de 50 por cento das mulheres trabalham, contra 77 por cento de homens.
Na protecção na maternidade, a organização considera que melhorou, mas sublinha que 800 milhões de trabalhadoras no mundo, ou seja, 41 por cento da população feminina, não têm uma licença de maternidade adequada.
“Apesar de os homens começarem a assumir uma maior responsabilidade na família, as mulheres continuam a ser responsáveis pela maior parte dos cuidados para a família, o que muitas vezes limita o acesso a um emprego remunerado a tempo inteiro”, refere.
Na União Europeia, as mulheres gastam 26 horas por semana em actividades domésticas, contra as nove horas despendidas pelos homens.
“A violência continua a ser o principal factor que atenta contra a dignidade das mulheres”, salienta a OIT, acrescentando que 35 por cento das mulheres são vítimas de violência física ou sexual.
“A principal conclusão 20 anos depois da Conferência de Pequim é que temos pela frente décadas até que as mulheres beneficiem dos mesmos direitos que os homens no trabalho”, afirma, no documento, Shauna Olney, chefe do departamento do género, igualdade e diversidade da OIT.
JORNAL I