Quer queiramos ou não a direita (PSD/CDS) só governa se a esquerda quiser.
"No fim do passado mês de Janeiro, quando o autodenominado Estado Islâmico (EI) foi expulso da cidade síria de Kobane, junto à fronteira com a Turquia, Mário Nunes, 21 anos, tomou a decisão que ponderava há meses: ia desertar da Força Aérea (FA), onde tinha sido incorporado a 2 de Julho de 2012 e juntar-se à luta contra o maior grupo terrorista da História.
Conhecia bem as consequências: em Portugal teria, no mínimo, um processo disciplinar na FA; no Curdistão iria arriscar a vida em combate e se fosse feito prisioneiro teria um destino terrível. Ainda assim, não hesitou. Seguindo as instruções que lhe foram transmitidas pela Internet, comprou um bilhete de avião só de ida para Sulaymaniyah, no Curdistão iraquiano. Inserido num grupo de voluntários, atravessou a fronteira com a Síria onde, a 10 de Fevereiro, concretizou o seu objectivo: aderir às Unidades de Protecção Popular (Yekineyen Parastina Gel, ou YPG, em curdo). Foi o primeiro português a fazê-lo.
Nos quatro meses seguintes esteve sempre na frente de combate. Fosse em ofensivas ou na defesa das localidades conquistadas. Na maioria das vezes a poucas centenas de metros de atiradores furtivos do EI. Por várias vezes sentiu as balas a zumbirem-lhe aos ouvidos. Nas pausas entre os combates faziam de tudo para passar o tempo. "