"A discussão iniciou-se no período antes da Ordem do Dia. Cidália Cunha apresentou um voto de protesto. Não aceita a vereadora da coligação, que sendo elemento integrante do Executivo da CMV, tenha tido apenas conhecimento, pela Comunicação Social, da intenção da autarquia em avançar com um processo contra Miguel Machado, comentador do programa “Bica Quente” entre setembro de 2011 e julho de 2015. Cidália Cunha quis ainda publicamente excluir-se do procedimento levado a efeito e aproveitou para questionar Dinis Costa sobre o que motivou a autarquia a querer avançar com o processo. “Não me pronuncio”, disse, mais uma vez, Dinis Costa.
Sobre o assunto fez também questão de se pronunciar o vereador Miguel Lopes: “Não tinha conhecimento, nem tinha que ter. Não estou nada ofendido. Esta é uma decisão que compete ao Executivo, aquele que governa. Não sei se aquilo que foi dito é verdade ou mentira. Mas se for mentira, a CMV terá de ser consequente”. “Subscrevo por baixo”, afirmou, depois, o vereador Carlos Faria.
Posições a que Maria do Resgate Salta não ficou indiferente. A antiga vereadora da coligação interviu no período destinado ao público: “O que é que mudou Dr. Miguel Lopes? Se não faz parte do Executivo, não está aqui a fazer nada, mais vale ir para casa". E Cidália Cunha acrescentou: "Existe o Menino Miguel do Antes e o Menino Miguel do Depois". Logo de seguida, Resgate Salta colocou nova questão, desta vez dirigida a Dinis Costa: "E Sr. Presidente considera ético avançar com um processo sem conhecimento dos colegas da coligação”. Primeiro respondeu Miguel Lopes: “Considero-me parte da CMV, mas não do Executivo. Já sou vereador há muitos anos e não me sinto ofendido com estas situações. Politicamente já fiz muito mais do que a Dra. Resgate”. Depois seguiu-se Dinis Costa: “Fiz uso das minhas competências como presidente da CMV. Já tinha ouvido pior sobre a minha pessoa, mas não podia permitir que o fizessem com a CMV. Não posso deixar que se diga que os funcionários da CMV estão a trabalhar numa casa ali ao lado, quando não estão, o que comprovei após inquérito realizado”.