"28 de Setembro foi a data acordada para a manifestação da «Maioria Silenciosa» que tinha por alvo o reforço da posição do Presidente da República António de Spínola e que era apoiada pelos direitistas partidos «do Progresso» e «Liberal» É um propósito que se começou a desenhar a partir de 10 de Setembro no seguimento da concessão da independência à Guiné, que chocava com a estratégia colonial defendida por Spínola.
Os cartazes desse movimento invadiram a cidade, mas eram prontamente destruídos por militantes de esquerda.
A autorização para a realização da manifestação foi difícil de obter; o governo fez saber a sua discórdia relativamente ao seu objectivo. O COPCON preparou uma operação que incluía a prisão de membros ligados à manobra projectada. Surgiram-se apelos das forças de esquerda para que os seus militantes montassem barreiras de vigilância –barricadas - nas entradas de Lisboa. O plano da manifestação abortou e o evento acabou por não se realizar. No entanto, o distanciamento entre o Presidente da República e o MFA era cada vez mais acentuado, sobretudo depois de Vasco Gonçalves ter sucedido a Palma-Carlos. A ruptura parecia inevitável e consumou-se a 30 de Setembro. Spínola discursa à nação, denuncia as manobras dos sectores da esquerda e demite-se.
Costa Gomes ocupou o lugar deixado vago pela abdicação de Spínola e, fazendo jus à sua personalidade meticulosa, declara que aqueles que planeiam a longo prazo não têm necessidade de se preocupar com os apoios mas com a forma de agir."
Uma lista candidata ao Parlamento pode ter bons resultados eleitorais, por exemplo 280 000 votos/5% do total de votos e não eleger nenhum deputado. Enquanto, uma concorrente com 80 000 votos/1,5% do total, elege 3 mandatos.