«A degola inocente de consoantes mudas tem originado um caos. Em muitos casos, não respeitando a etimologia também comum a outras línguas (p. ex., actor, factor, sector), permitindo a ambivalência de critérios e o (ab)uso de todo inaceitável do AO (facto, fato; pacto, pato, etc). Já o h no início de uma palavra - a mais muda consoante do nosso alfabeto - subsiste enquanto grafema, dizem os ideólogos do AO, por razões etimológicas. Noutros casos de mudez da consoante, este fundamento não interessa, no h já é decisivo. Haja coerência! Claro que homem sem h seria uma pena impedindo a existência de homens com H grande. E uma hora H, sem o inicial h? seria "Ora O"?»
António Bagão Félix, no Público