Até onde é que irá a paciência da CGTP? Tem um timing na sua cabeça? Tem calendarizado o limite da paciência da Central Sindical?
A paciência? A paciência vai depender, também, daquilo que é a disponibilidade da outra parte para avançar com propostas. Pela nossa parte, o que nós dizemos é isto: nós não estamos interessados em procurar a conflitualidade, mas não rejeitamos e, muito menos, fugimos do confronto se a isso formos obrigados. Portanto, não queremos que este processo político que, entretanto, foi encontrado possa trazer problemas. Agora, o que queremos é que este processo evolua e, para evoluir, nós estamos numa fase que é muito simples: isto teve um início e, agora, estamos a chegar a um rumo que tem uma bifurcação. Estamos a chegar ao momento da clarificação. E, nesta bifurcação, das duas uma: ou não se avança ou avança-se e, para se avançar, é para a esquerda. E nós queremos que isto vá para a esquerda. Aliás, porque temos razões acrescidas do ponto de vista moral, mas não só, do ponto de vista político, para demonstrar à União Europeia e a todos os outros que, afinal, ao contrário do que eles diziam, aqui é possível fazer um bocadinho diferente. E se o povo português quiser - e eu acho que quer - ainda é possível fazer muito mais e demonstrar, quer à União Europeia, quer a outros, que há alternativas. Há outras alternativas e é possível lá chegar. Agora, para que haja alternativas, nós precisamos também resolver outros problemas. Portanto, a questão da dívida...