Nesta sessão foi aprovada por unanimidade a atribuição de apoio financeiro à Comissão de Festas de Vizela, no valor de 8.500 euros, verba que servirá para regularizar despesas extraordinárias referentes ao ano passado.
Fátima Andrade, da coligação PSD/CDS-PP, assumiu que votou favoravelmente depois de telefonar ao presidente da Comissão de Festas, João Vaz, para perceber o que estaria em causa. A vereadora da coligação preferiu não revelar o teor da conversa, mas chamou a atenção que os apoios do Município devem ser ponderados: “Comecei a pensar porque é que nós teríamos que acordar em dar mais essa verba, que ainda é elevada e atendendo a que a Câmara ainda está muito endividada, e se isso não abriria um precedente noutras associações e isso não deveria ser permitido. Devemos estar todos atentos à dívida da Câmara e tentar que essa dívida baixe. Só com as informações que era dadas fiquei a pensar se teria havido derrapagem e agora teríamos que pagar, então fui informar-me com a pessoa certa, que é o presidente da Comissão de Festas. Aceitei os seus argumentos”.
Durante a sessão o presidente da Câmara Municipal de Vizela, Victor Hugo Salgado, apontou o dedo novamente à atuação do anterior Executivo, por não ter arrumado o assunto no ano passado. O mesmo salientou no final em declarações à Rádio Vizela: “Sucessiva e reiteradamente, o atual Executivo está a resolver problemas que vêm do passado, o que é de lamentar porque este subsídio que estamos a falar põe em causa a realização da Feira Romana, foi esta a informação que me foi prestada pela Comissão de Festas, motivo que carece de regularização. Mas se é referente à Feira Romana do ano passado, quer dizer que este é um processo que já está pendente pelo menos antes do mês de junho, o que quer dizer que não há qualquer tipo de justificação para o anterior Executivo não ter resolvido esta questão, isto demonstra que existiu aqui um total desmazelo para com estas questões”.
“O subsídio, tal e qual como esta proposta não é para a Feira Romana”, disse Dora Gaspar, vereadora do PS no final da sessão. “Esta proposta diz que é um apoio à Comissão de Festas, que organiza várias festas – Festas da Cidade e Feira Romana. Em período de pré-campanha eleitoral – e a Feira Romana foi em junho – já no arranque das Festas da Cidade, em agosto, a Comissão de Festas viu-se abraços com despesas extraordinárias para organização das festas. Na altura, foi-nos solicitado que esses 8.500 euros, como a Comissão de Festas tem que pagar um valor à Associação de Artesãos do Minho poderia ser o apoio dado por essa via. Não quer dizer que não pudesse ser dado por outra, como vem agora de forma genérica”, explicou Dora Gaspar.
Dora Gaspar justificou a razão de o assunto ter passado para depois das eleições: “O presidente da Comissão de Festas era um apoiante convicto de Victor Hugo Salgado e do Movimento independente, o número dois [da Comissão de Festas] também era apoiante convicto do Partido Socialista, Nuno Faria, o que acontece é que tudo isto surge em agosto, no arranque das Festas da Cidade, em período de pré-campanha eleitoral, e porque não foram reunidos todos os documentos que a Câmara exigia para a atribuição desse subsídio, ele não foi feito nessa fase, entretanto setembro foi período de campanha eleitoral (…), nada de anormal, portanto veio agora [a proposta] como viria se fosse o Partido Socialista que estivesse a governar a Câmara Municipal de Vizela”