O livro começa com um motorista, que subitamente fica cego enquanto está parado num sinal vermelho. Com uma pequena diferença: ele não mergulha numa total escuridão, mas sim numa cegueira leitosa, completamente branca. A partir daí, a cegueira vai contaminando outras pessoas como que num ciclo, começando por ele e seguindo através das pessoas que mantiveram contacto com ele, desde o seu médico, passando pela mulher dele, os pacientes, até que se torna uma epidemia misteriosa. Todos os cegos são confinados em locais abandonados e fechados, sob as ordens dos que ainda conservavam a sua visão. Diante desse cenário, quem via tornava-se uma autoridade, estabelecendo de que forma os cegos deveriam comportar- se. Apesar da "epidemia" chegar a um grau tão extenso, acabando por atingir toda a população do local, a mulher do médico é a única pessoa que ainda consegue ver e assim registar todo o horror e provação que os cegos enfrentam. Observando o comportamento deles a partir e o modo como relacionam-se uns com os outros, ela chega a concluir que as pessoas tornam-se realmente quem elas são, a partir do momento em que não podem julgar a partir do que vêem.
A obra - prima de Saramago, o seu melhor livro de um dos dois melhores escritores portugueses vivos: Lobo Antunes e José Saramago.
Uma metáfora da natureza humana.
O Ser Humano é intrinsecamente bom?