O Executivo Municipal de Vizela reuniu esta segunda-feira, excecionalmente, devido ao feriado de Carnaval que amanhã se assinala. Os pontos em agenda foram todos aprovados embora nem todos tenham recebido a unanimidade.
É o caso da proposta referente à atribuição de medalhas honoríficas, a serem entregues durante a sessão solene do dia 19 de março, em que os vereadores do PS se abstiveram, tendo apresentado uma declaração de voto. No final, a vereadora Dora Gaspar explicou o motivo, referindo que houve um desrespeito pela Comissão Municipal de Condecorações (CMC) e pela democracia: “Somos a favor dos nomes propostos, reconhecemos o mérito dos homenageados. A abstenção deve unicamente ao facto de o presidente da Câmara não ter aceitado a posição do CMC, criado em 2013/2017, as propostas foram sempre aceites e este ano o CMC reuniu apenas uma vez, foram aceites os nomes e somos confrontados com uma proposta nesta reunião de Câmara onde não constam os nomes discutidos e aprovados no CMC”. Dora Gaspar lamenta “o desrespeito pelo órgão e pelos seus membros, e pela democracia”. A abstenção do PS “é um voto de protesto pela ação do presidente da Câmara”, acrescentou a vereadora.
Recorde-se que a lista de nomes que serão homenageados com a Medalha de Mérito Municipal Grau Prata no próximo dia 19 de março integra a Confraria de S. Bento das Peras, Manuel de Jesus da Cunha Marques, Domingos Xavier de Freitas e, a título póstumo, Manuel Rogério Pinto Caldas.
No final, em declarações à Rádio Vizela, o presidente da Câmara reagiu à acusação do PS, referindo que irá apresentar uma defesa da honra. Diz que o PS acusa “desnorte por não saber lidar com a ausência de poder”: “O PS pautou-se por uma ação de muita dificuldade para gerir as homenagens enquanto esteve no poder. Esquece-se que no passado a Coligação PSD-CDS/PP fez propostas que o PS, no poder, não aceitou e não vieram para as reuniões de Câmara dizer que se devia homenagear A ou B e que o presidente da Câmara era ditador, porque havia respeito pela Comissão, pelo 19 de março e pela história”. Mais não quis acrescentar, adiantando apenas que vai apresentar a defesa da honra para responder à declaração de voto do PS.
Ainda as Termas e o acordo com a Tesal
Os vereadores do PS voltaram a demonstrar a sua indignação para com aquilo que entendem ser um “embuste” em torno da “novela” chamada Termas de Vizela. Considerando que o que aconteceu no passado dia 23 de fevereiro, não se tratou de uma reabertura, uma vez que as Termas reiniciaram a atividade em 2012 e não voltaram a encerrar, o PS entende que há um “aproveitamento político claro por parte do atual Executivo Municipal”, afirmando que “a ala sul do edifício permanece inoperacional”.
O vereador Horácio Vale deu voz à posição socialista durante a sessão, reafirmando que o Grupo Tesal não tem cumprido o acordo de pagamento de rendas. O autarca Victor Hugo Salgado admitiu terem sido alterados alguns pressupostos no acordo feito com a Tesal no que toca ao processo de reabilitação de espaços. No entanto garante que todos os compromissos acordados foram cumpridos por parte do grupo espanhol. Na sessão, Horácio Vale criticou a coligação “Vizela é para Todos” PSD-CDS-PP por não se ter imposto perante o que considera ser a inverdade da reabertura integral da estância termal. Fátima Andrade respondeu: “Há um elemento da Coligação [Jorge Pedrosa] que tem acordo com o Movimento Vizela Sempre e estou eu, que disse sempre que estava aqui para somente defender o interesse dos vizelenses. Sempre defendi a abertura das Termas e o cumprimento dos acordos em termos de rendas. Não posso, quando há uma tentativa de melhorar a qualidade dos serviços, deixar de estar de acordo. Tenho a perfeita consciência, sim, de que não está, de maneira nenhuma, tudo feito”. Fátima Andrade que, durante a reunião, voltou a apelar à união de todos, à parte de cores partidárias, em torno da causa “Termas de Vizela”.