GPA: Grupo Parlamentar de Amigos.
Amigo de inimigos?
A composição de alguns dos GPA também é curiosa. Se ao PSD de Passos Coelho é atribuída uma forte relação política com a chanceler da Alemanha, o presidente do grupo de amizade com este país é o socialista Pedro Delgado Alves. No GPA com a China - país de alguma forma criticado pelos investimentos feitos em Portugal no anterior governo -, o BE está ausente e é a secretária-geral adjunta do PS e deputada Ana Catarina Mendes quem assume a sua presidência.
O BE está igualmente ausente do GPA com Cuba - liderado pelo comunista António Filipe, e onde também se integra Heloísa Apolónia, do PEV -, ou com os EUA, presidido por Lara Martinho (PS), e que conta com António Filipe na sua composição, bem como com o Irão (gerido pelo social-democrata Adão e Silva e vice-presidido pela socialista Joana Lima).
No GPA com a Grécia, o BE preside (José Manuel Pureza) e as vice-presidências estão entregues a Inês Domingos (PSD) e a Sofia Araújo (PS), enquanto com a Palestina é Bruno Dias (PCP) quem lidera, contando ainda com a presença de deputados do PS, BE, CDS-PP e PEV.
Já com a Rússia, não é o PCP que naturalmente preside, mas sim Luísa Salgueiro, do PS, com as vice-presidências entregues a António Topa (PSD) e Paulo Sá (PCP). Só o CDS-PP acompanha estes partidos neste GPA.
Na amizade com Timor-Leste, estão todos os partidos parlamentares - excluindo naturalmente o PAN, como atrás referido -, à semelhança do que sucede com a Venezuela, presidido pelo BE.
Por fim, a criticada entrada da Guiné-Equatorial para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2014 já gerou um GPA, presidido por Pedro Alves (PSD), com as vice-presidências entregues a José Manuel Carpinteira (PS) e Abel Baptista (CDS-PP). O PSD e o PS distribuem-se igualmente pelos outros oito lugares deste grupo de amizade."